Como criar camarão de água doce em cativeiro

A aquicultura é o tratamento do ambiente aquático para a criação de peixes e outros produtos naturais. Dentro desse ramo, há a carcinicultura, a técnica específica de criação de camarões.

A grande vantagem da criação em cativeiro ou viveiro é controlar os fatores de desenvolvimento do crustáceo (como a qualidade da água, temperatura e exposição à luz, por exemplo). Assim, se garante que o resultado final seja um crustáceo de boa qualidade para consumo e, logo, negociação com o mercado.

Nesse post explicaremos tudo o que você precisa saber sobre como criar camarão de água doce em cativeiro. Confira!

Como criar camarão de água doce em cativeiro

Para começar a sua criação de camarão, listamos todos os pontos aos quais você deve ter atenção. Confira!

1 – Viveiro

Os viveiros são espécies de tanques escavados em terreno natural, de preferência em sítios e chácaras. O terreno deve ser plano e com solo argiloso. O ideal é que os tanques tenham uma área de 250 a 5.000m² e uma profundidade de 90 cm a 1,3 m. Considere que o cultivo indicado é de dez camarões por metro quadrado.

2 – Camarão de água doce para cultivo em viveiro

A espécie mais comum para criação em cativeiro aqui no Brasil, com o objetivo comercial, é o camarão da Malásia (você o encontra pelo nome científico Macrobrachium rosenbergii), com origem asiática.

São conhecidos por ter uma bela aparência! Possuem carne branca e sem odor forte (comum nos camarões de água salgada). Além disso, tem consistência firme semelhante à lagosta marinha.

Esses crustáceos atingem grande porte: podem chegar a 32 cm de comprimento e de 50g a 500g de peso. Considerando que em apenas cerca de seis meses a despesca já pode ser feita, essa espécie é a ideal para a carcinicultura pela rapidez que atinge o tamanho ideal.

Onde adquirir o Camarão da Malásia: Você o encontra em laboratórios especializados, na sua fase pós-larva, com cerca de 1cm de comprimento, em que já pode ser criado em água doce, nos tanques que mencionamos anteriormente.

O que acontece é que o camarão se reproduz através de ovos, dos quais saem as larvas. Para o desenvolvimento delas até serem consideradas filhotes, a água deve ser salobra (mistura de salgada e doce) e as condições são específicas. Isso exige outros tanques e já é considerado outra técnica: a larvicultura.

Por isso, o recomendado é adquirir o animal em fase pós-larval, a estrutura necessária é menor e a técnica mais simples.

3 – Qualidade da água

É essencial ter água corrente de qualidade disponível e o pH deve estar entre 7 e 9. O ambiente não pode ter inverno rigoroso, passando por temperaturas baixas. Para a criação do Camarão da Malásia, a água deve estar sempre acima de 20ºC. A temperatura ideal, em geral, é entre 28 e 30ºC.

Esse deve ser um dos pontos de maior cuidado pois o ambiente aquático vai determinar o sucesso ou o fracasso da criação do crustáceo. O correto é acompanhar a qualidade do ambiente com instrumentos de análise de água, como:

• Termômetro, para medir a temperatura da água e garantir a sobrevivência dos animais;
• Oxímetro, para realizar a medição do oxigênio dissolvido da água;
• PHmetro, para ter sempre o controle do pH da água do cultivo;
• Disco de Secchi, que realiza o controle da transparência da água;
• Redes de pesca, tarrafas e rede protetora.

4 – Alimentação

Os camarões recebem alimentação artificial em todas as fases. O alimento é em forma de rações, balanceadas e bastante nutritivas. No Brasil, a ração utilizada para os camarões de água doce é a mesma que para os de água salgada. Não há problema algum.

Realizando a despesca

A criação, em todos estes requisitos, é dividida nas fases de berçário (primeiras 4 a 5 semanas) e engorda (em que os camarões são transferidos para viveiros para ganharem peso). O processo todo dura, em média, seis meses até que se faça uma recria e despesca total. Mas, em torno do 4º ou 5º mês, pode-se se iniciar as despescas dos camarões que já tenham atingido o tamanho comercial (a partir de 20 gramas).

Essa captura é feita com rede seletiva e, logo em seguida, deve-se lavar os camarões em solução de cloro e água. Depois se faz a imersão dos camarões na água gelada. Para mantê-los perecíveis, os crustáceos podem ficar no máximo três dias na geladeira. Após esse prazo, o produto deve ser congelado, com um prazo de validade de seis meses.

Produção dos camarões em cativeiro

Além destes pontos, é indicado que se tenha um funcionário para a manutenção do cultivo garantindo, assim, um processo bem feito, que vai resultar na maior qualidade do produto.

Como média de produtividade desta atividade, se tem entre 1.000 e 3.000 kg por ano e o mercado consumidor vai desde supermercados, até hotéis e lojas especializadas em frutos do mar, por exemplo.

Agora você já sabe como criar camarão de água doce em cativeiro e está pronto para investir neste negócio. E lembre-se: conte com a Instrusul para adquirir os instrumentos de análise e manter sempre a qualidade da sua produção!